Presente no Congresso Nacional do PT, que acontece nesta quinta-feira (11), em Salvador, Juca Ferreira, ministro da Cultura, comentou a atual crise econômica a partir da perspectiva da sua pasta. “No governo Lula, nós começamos com a economia difícil e vivemos um momento de crescimento bastante significativo. Isso possibilitou que a gente desenvolvesse uma série de políticas na área cultural. Houve uma valorização do governo que fortaleceu muito a área. Só pra ter uma ideia, o orçamento do governo anterior, de Fernando Henrique Cardoso, era de R$ 287 milhões e, em 2010, o orçamento que deixamos era R$2,3 bilhões. Estimulamos o protagonismo cultural da sociedade, construímos politicas de audiovisual - saímos de seis filmes/ano pra quase 200. Criamos uma possibilidade de desenvolvimento cultural para o país”, destacou. O ministro também falou que acredita ter havido atrasos na reação do governo ao aperto econômico. “A crise econômica chegou ao Brasil e talvez o governo tenha se atrasado um pouco na reação, porque independente do governo, temos uma economia muito dependente da exportação decommodities agrícolas e minerais e, na medida em que a crise econômica baixou a demanda por esses produtos, o Brasil não conseguiu sustentar o nível de crescimento que vinha tendo. É preciso diversificar a economia brasileira, a economia cultural é um dos muitos meios pra isso. É preciso cortar gastos, é inevitável, não dá pra fingir que a gente não está gastando mais do que pode”, criticou, destacando ainda a relação da crise com os programas de benefício criados pelo PT. “Alguns gastos estão sendo cortados e não são direitos sociais, são distorções no uso desses direitos. O Brasil está com a menor taxa de desemprego da história e com a maior taxa de recorrência ao seguro desemprego, tem algo errado. Várias outras áreas tem sintomas de que o governo perdeu um pouco o controle do uso desses instrumentos de benefícios sociais”, finaliza.
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