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    quinta-feira, 1 de outubro de 2015

    Coluna A Tarde: Lula convence Dilma.

    Foto: Divulgação
    De há muito Lula insistia com Dilma Rousseff para afastar Aloízio Mercadante da chefia da Casa Civil, trocando-o pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner. A presidente resistia por estar vinculada a Mercadante, que comandava o cargo com muitas arestas disseminadas na área política. Até que a presidente resolveu, ontem, entregar os seus anéis e determinou a mudança já esperada. Lula tinha razão. A presidente resistiu até onde pode, mas o ex-presidente de tanto insistir ganhou a parada. A diferença, certamente, agradará o Legislativo. Wagner é um político diferenciado pela sua polidez, pela facilidade de diálogo e relacionamento em todos os sentidos, como demonstrou quando governou a Bahia em dois mandatos consecutivos.

    Para não deixar Mercadante a ver navios, a presidente o convidou a retornar ao Ministério da Educação, que ele ocupou no primeiro governo de Rousseff. Aceitar ou não passa a ser uma questão exclusivamente dele. Com a ascensão de Wagner (o pior é ficar próximo de Dilma), o ministério da Defesa passa às mãos de Aldo Rebelo, de bom relacionamento com as Forças Aramadas, o que ele já demonstrou, embora seja filiado ao PCdoB.

    Está previsto para esta quinta-feira o anúncio da reforma ministerial, complicadíssima por sinal, porque já não se sabe quantos ministérios caberão ao PMDB. Possivelmente sete, um a mais dos que o partido já comandava. A legenda se tornou importantíssima para a presidente da República. Dependerá do partido a sua salvação, no caso de impeachment. O seu aliado, o PT, se fragilizou. O PMDB internamente não se entende e é dado a negócios como sempre ocorreu na sua trajetória. Na última semana, não somente Lula insistia para abrir mais vagas no ministério ao PMDB como, também, políticos de coturno como, por exemplo, o vice-presidente Michel Temer e outros mais.

    Dilma ainda continua perdida, sem saber o que fazer, mas pelo menos aceitou a bengala oferecida por Lula, para que não continue sem enxergar nada à sua frente. Ela é um zero à esquerda em política. O seu foco agora é não cair, ou perder o mandato pelo impeachment. Dependerá do PMDB, mas, também, das vozes das ruas que poderão se manifestar pedindo o seu afastamento do cargo. Neste caso o bicho pega.

    * Coluna publicada originalmente na edição desta quinta-feira (1º) do jornal A Tarde

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