O Sindicato dos Delegados de PolĂcia do Estado da Bahia (ADPEB) respondeu, nesta quarta-feira (16), a nota da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA) que cobrava tratamento humano e segurança para os presos envolvidos nas cenas de estupro compartilhadas de dentro da 18ÂŞ Delegacia Territorial de Camaçari (veja aqui). No caso, Daniel Neves Santos Filho e Carlos Alberto Neres JĂşnior, suspeitos de terem estuprado, torturado e matado um casal no municĂpio da RegiĂŁo Metropolitana de Salvador (RMS) (lembre aqui), foram obrigados a praticar sexo entre si por outros detentos que filmaram a ação e espalharam o registro pelo WhatsApp (leia aqui). De acordo com o presidente da ADPEB, Fabio Lordello, a PolĂcia Civil nĂŁo tem dever e muito menos estrutura para abrigar presos em delegacias: “A indignação nĂŁo pode se resumir Ă atribuição de culpa aos servidores policiais civis que laboram na mencionada unidade policial”. O presidente defendeu que o efetivo nĂŁo possui “atribuição para custodiar presos” e que trabalham “com instalações fĂsicas e nĂşmero de pessoas inadequado para manter pessoas presas Ă disposição da justiça”. A OAB-BA classificou como "inadmissĂvel" a presença de celulares com custodiados. “Como chegamos a tal ponto, em que indivĂduos custodiados em uma unidade policial tĂŞm tamanha autonomia para aplicar “leis” prĂłprias, ter livre acesso a aparelhos celulares e conexĂŁo Ă internet para compartilhar as atrocidades cometidas”, destacou a nota emitida pela seccional baiana e assinada pelo presidente da ComissĂŁo Especial de Sistema Prisional e Segurança PĂşblica da OAB-BA, Marcos Luiz Alves de Melo. O sindicato dos policiais cobrou do governo do Estado uma solução para a questĂŁo de detentos em delegacias e provocou a seccional baiana de Justiça sobre a defesa dos direitos de presos. “AtĂ© a presente data, e mesmo diante de fatos de extrema gravidade como o registrado nas dependĂŞncias da delegacia de Camaçari, nenhuma manifestação houve por parte de qualquer dos gestores. Transformar delegacias de polĂcia em presĂdios já Ă© violação aos direitos fundamentais de todos”, destacou a nota.
quarta-feira, 17 de janeiro de 2018
policia
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